quarta-feira, 5 de março de 2008

SER MULHER


Mulher
Semente...
SER-mente...
SER que faz gente,
SER que faz a gente.
Mulher
SER guerreiro, guerrilheiro, lutador...
multimidia, multitarefa, multifaceta, multi-acaso...
multi-coração...
Mulher
SER que dá conta,
que vai além da conta,
que multiplica,
divide, soma e subtrai, sem perder a conta,
sem se dar conta, de que esse século foi seu parto,
na direção de seu espaço,
de seu lugar de direito e de fato,
de seu mundo que lhe foi usurpado e que agora é por ela ocupado.

MULHER...
Esse SER florado,
esse SER adorado,
esse SER adornado,
que nos poem em um tornado,
nos deixa saciado e transtornado,
que nos faz explodir e sentir extasiado.
SER admirado...
MULHER...
Nesse final de milénio, faça a transição.
Tire de seu coração a semente que vai mudar toda a gente
levando o mundo a ser mais gente...
Um mundo mais feminino,
mais rosado e sensibilizado,
mais equilibrado e perfumado...

Parabéns Mulher !!!
Não pelo oito de março,
nem pelo beijo e pelo abraço,
nem pelo cheiro e pelo amaço.
Mas por ser o que és...
Humus da humanidade,
Raiz da sensibilidade,
Tronco da multiplicidade,
Folhas da serenidade,
Flores da fertilidade,
Frutos da eternidade...
Essencia da natureza humana.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Quem não se Comunica se Estrumbica



POR : MARLUCIA BARBOSA

Samba do Approach

Venha provar meu brunch
Saiba que eu tenho approach
Na hora do lunch
Eu ando de ferry boat
Eu tenho savoir-faire
Meu temperamento é light
Minha casa é hi-tech
Toda hora rola um insight...
Zeca Baleiro

Seria maravilhoso falar a língua portuguesa na sua essência. Há um exagerado emprego de estrangeirismos em nosso cotidiano. A "última flor do Lácio" corre sério risco, estão assassinando a língua portuguesa, o samba, tão nosso de cada dia, é prova dessa barbárie.

A priori não quero culpar ninguém pelo uso exagerado de tais palavras.Ab aeterno o brasileiro vem lançando mãos de tudo que lhe cai aos olhos, ou seria aos ouvidos? Existe um forte affaire entre o Brasil, USA e Europa. Não se passa um final de semana sem coca cola, pizza, hamburger,um passeio de bike à beira mar. Sem falar que tudo isso deve ser desfrutado usando um look blue jeans, da coleção prêt-a-porter daquele shopping badalado e point da galera up.

Para os mais religiosos, um show gospel é uma boa pedida para fechar com chave de ouro o fim de semana, aliás, se houvesse um happy hour gospel, muitos desses religiosos se tornariam habitué das famosas praças de alimentação desses enormes centros comerciais - se me permite assim chamá-los.

Preciso fazer um break e pedir desculpas aos mais tradicionais, não quero fazer nenhuma mise-en-scène, mas é dificílimo não fazer um mix de palavras. Não pensem que estou fazendo merchandising dos estrangeirismos;também sou contra e não gosto de abuso e, digo mais, gosto de frequentar points onde se expressam a pura língua de Camões.

Aliás, o meu slogan sempre foi em favor da cultura tupiniquim mesmo, não me envergonho do status brasileiro, mas, às vezes, um tour pelas novidades da língua ajuda a diminuir o stress.

E por aí vou eu, "caminhando e cantando e seguindo" meu caminho, mas sem deletar por completo a avalanche de novidades que dia-após-dia é introduzida, pela midia em nossos ouvidos, ou em nossos olhos? Ainda não sei responder tal pergunta.

Para não ficar só em minhas palavras, termino com as palavras sábias do professor Mattoso Câmara que dizem: "O estrangeirosmo não é um mal em si mesmo". O must está em não permitir abusos e quem não se comunica se estrumbica.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Tradutor Português / Internetês



Por: MARLUCIA BARBOSA

Em minhas "andanças" ou "surfanças" pela Internet, de blog em blog, deparei-me com um endereço que, para minha surpresa, nada mais é do que um tradutor de português para internetês.
Ninguém, agora, poderá dizer que não entende aqueles hieróglifos tão comuns entre jovens e adolescente nos MSNs,Orkuts e e-mails da vida.E eu, como boa curiosa e sempre pronta a aprender, já lancei mãos de meus direitos. Fiz uso do mesmo e,digo mais, com grande sucesso. Fiz minhas traduções e estou "up" ou seria "on"? Aqui entre nós: ainda não sei. Mas posso afirmar que estou ficando descolada e entendendo aquela linguagem - um tanto divertida - da Internet.
O tradutor Muguxeitor (como é chamado) parece com aquelas mercadorias, anunciadas pela turma do "Caceta & Planeta", das Organizações Tabajara. De qualquer forma, vale a pena conferir. Se não for útil para te deixar mais rico, pelo menos vai te deixar alegre, pois você dará muitas risadas.
Antes que eu me esqueça, aí vai o endereço:
http://aurelio.net/web/miguxeitor.html

domingo, 2 de setembro de 2007

Linguagem da Internet



Por ; MARLUCIA BARBOSA

A comunidade escolar, nesse início de século, tem deparado com novas tecnologias na educação. Muitos professores estão totalmente perdidos diante de tanta tecnologia, que tem interferido no trabalho pedagógico.

O professor não pode repelir as tecnologias e nem ficar fora do processo. Deve, sim, fazer uso dos processos, desenvolvendo habilidades que permitam o acesso e o controle das tecnologias e seus efeitos.

Faz-se necessário, nesse momento, que o professor reflita sobre sua ação escolar e elabore projetos educacionais com a inserção das novas tecnologias da informação e da comunicação.

Temos deparado com professores de Língua Portuguesa que têm uma antipatia gratuita com relação à linguagem da Internet, chegando a demonstrar enorme resistência. Porém, acredito que essa resistência, por parte de alguns professores, é muito mais pela inovação da metodologia de suas aulas de língua portuguesa.

Para ensinar a língua portuguesa, o professor deve considerar como objeto de estudo os textos produzidos por pessoas que dominam a leitura e a escrita. Os textos são a síntese de toda a produção cultural da época em que vivemos, e a escrita da Internet faz parte dessa nossa produção nesse momento.

Na escrita em ambientes como MSN, blogs, flogs, ICQ, e e-mail, percebe-se mais o uso de abreviaturas. A maior quantidade delas pode estar ocorrendo por causa da transferência do diálogo cotidiano para a esfera eletrônica. Sem esquecer que a essa escrita alia-se as características não verbais ( emoticons, imagens, etc).

Embora seja válido considerar e valorizar a linguagem usada na Internet, vale, também, lembrar aos alunos que essa forma de escrita não pode ser aceita, pelos professores, em provas e trabalhos. Essa forma de escrita acontece num suporte específico ( o computador) e tem configurações diferentes conforme a ferramenta que é utilizada.

Muitos professores se preocupam com a contaminação da língua, mas aceitam o estrangeirismo. Os dicionários mais recentes já trazem verbetes próprios de linguagem de computador - como "deletar" ou "chat" - e no futuro poderão incorporar termos utilizados por internautas também.

O professor Pasquale Cipro Neto, gramático e apresentador do programa "Nossa Língua Portuguesa", da TV Cultura, não acredita que eses verbetes empobreçam a língua."Eles são incorporados naturalmente porque é um processo inevitável", diz ele. "O que não pode ocorrer é a adoção de abreviações comumente utilizadas em chats - como tbm (para também), vc (para você) ou abs (para abraços) e bjs (para beijos) - fora do universo da Internet". Pasquale diz que a língua é como roupa. É preciso saber utilizá-la da maneira adequada, de acordo com a situação. "Se não souber, nos dois casos, a pessoa vai passar vexame."

O professor deve trabalhar em ambientes informatizados com seus alunos e mostrar, com atividades práticas, que produzir textos é se comunicar e que cada gênero textual exige uma configuração particular, ou seja, deve estar adequada ao contexto, ao lugar e ao interlocutor.

sábado, 1 de setembro de 2007

Morre Lentamente


Morre lentamente quem não viaja, quem não lê,
quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destroi o seu amor próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os
dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova
cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro
sobre o branco e os pontos sobre os 'is' em detrimento de um
redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrindo dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, uma vez
na vida fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má-sorte ou da chuva intensa.
Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta
sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Pablo Neruda